“Peso”

Mais um poema para o blog.

Se te pesa, então deixe ir
Mas eu ficarei por aqui
Pra poder ver o sol se por

Se não foi bom, então esqueça
Apague tudo da cabeça
Mas, sério, veja o sol se por

Se não dói, é porque passou
Se sim, então não acabou
E o sol ainda vai se por

Se, então, já não te importa mais,
Vá, deixe tudo para trás
Perca de ver o sol se por

Se não tem mais nenhum segredo
Por que aparentar tantos medos
Em vez de ver o sol se por?

A música de hoje é “Brave”, da Sara Bareilles.

“Daily”

Mais um poema. Este é de duas semanas atrás, aproximadamente.

What I want has no name at all
Or, if it does, I haven’t heard it yet
But every time the night falls
Both of my eyes are prone to get wet

I dream of things that never were
And watch scenes I wasn’t told about:
Two arms wrapped around her
And that’s when my heart screams out

I don’t really mind being alone
Eveybody knows I’m fine like that
But when she doesn’t pick up the phone
I know it’s time to face the facts

I wish I knew sweet things to say
I wish she would stop for a minute
But, now, she’s got no reason to stay
And it hurts me so to admit it

She’s over the rainbow right now
I couldn’t be strong enough
I was wrong when I sworn those words
And now anything I touch is rough

No more chocolates on the table
No more phone calls out of the blue
I always thought I’d be able
To forget her voice saying ‘I love you’

A música de hoje é “Flores na Cabeça”, da banda Nenhum de Nós.

Fácil

É no silêncio, no vazio, em meio à vontade ou à saudade, que a verdade sussurra aos ouvidos aquilo que passamos o dia todo negando.
É no incompleto, na metade, na falta e na lembrança que o coração discursa em alto e bom som para si mesmo.
É na palpitação, no medo, no passo contido e na palavra engasgada que o sentimento se manifesta para todo bom observador ver.
É no caminho, no decurso, na ida e na vinda que se verificam o valor e o poder das palavras.
É no espelho, na rima, na prosa e nas cartas antigas que se vê quão fácil a presença fácil de hoje pode se transformar em ausência dolorida amanhã.

“I Won’t Let You Go”, do James Morrison, é a recomendação do dia.

“Aqui”

Para diferenciar um pouco, segue um poema que não fala de amor. Este se encontrava perdido – mais precisamente, esquecido – até que caiu de um livro no qual eu não mexia desde 2010. Portanto, creio que esta seja sua data.

Só quem experimenta a guerra
Pode saber como é lutar
Só quem já foi a outras terras
Pode odiar este lugar.

Lutas diárias rumo ao nada
E esse céu que apaga a visão
Ecoam no ar da solidão
Com o som dos passos na estrada.

Lá no horizonte, surge a aurora
Enquanto eu corro entre os zumbis
Só preciso correr, agora,
Assim posso sair daqui.

Estou armado e vou combater
Pra balear todas as sombras
Pois nenhuma delas me assombra
Mais do que a chance de perder.

Não estou louco, nem perdido
Apenas me sustento em pé
Eu não vejo nada invertido
Eu só vejo tudo como é.

O fogo jamais cessará
Se eu não fizer algo a respeito
Então, enquanto isso, eu espreito
Até que o dia venha raiar”.

A música de hoje é “Here Is Gone”, do grupo Goo Goo Dolls.

“Seu”

De vez em quando, os versos fluem fáceis pelos dedos. Como no poema curtinho, abaixo.

Com paciência, conto as horas
Até que “amanhã” seja “agora”;
Risos bobos entre quem?

Outro dia mais com saudade
Lutando contra a vontade
Infinita, que me faz bem.

Nenhum sorriso é tão pueril
Debaixo deste céu anil
Ah, seu sorriso é o meu também.

A música de hoje é do blink-182: “The Rock Show”.