Tem muita coisa que acontece cujos propósitos permanecem desconhecidos por anos. Talvez nem tudo deva ser explicado; certas coisas apenas são aceitas, como formação do ser humano que há em cada um de nós. Nem sempre damos nosso melhor, mas com certeza somos importantes ou memoráveis para várias pessoas – algumas, aliás, talvez nem nos venham à memória sem esforço.
Quem sabe como será o último dia, o último fôlego, o último sorriso, ou quem lhe dará um último beijo? Talvez só um suicida se aproxime da resposta certa – o que é bastante ruim. Experiência única e comum a todos (obviamente), a vida reserva momentos que não são passíveis de interpretação, pessoas incomparáveis, e acontecimentos que podem mudar totalmente o curso dos seus planos. É raro prevermos algo ruim, uma vez que naturalmente contamos com o melhor que pode acontecer com nós mesmos, e por isso tantos inocentes nos deixam tão cedo, ou repentinamente.
Cada um tem uma vida pessoal, a qual não diz respeito a ninguém “não autorizado”. Não sabemos o que fica guardado em baús; sequer sabemos quantos baús guardados pessoas próximas têm. Pode ser que nos tornemos vítimas das circunstâncias, ou cúmplices do destino, em acontecimentos que jamais desejaríamos que acontecessem – apesar de naturais.
Nem tudo acaba aqui, é o que inúmeras filosofias e religiões dizem. Quem sabe da verdade? Quem pode nos dizer o que é vindouro, se tudo que todos temos é apenas cada segundo, um simples e pequeno tempo presente, sob as névoas do futuro? Viver é isso. É aproveitar a vida, vivê-la com certa ordem, e igual alegria, pois a cada segundo, entregamo-nos ao desconhecido.
“…Quando morto estiver meu corpo,
Evitem os inúteis disfarces,
Os disfarces com que os vivos,
Só por piedade consigo
Procuram apagar no Morto
O grande castigo da Morte…” (Pedro Nava)
“Ninguém pode fugir ao amor e à morte” (Públio Siro)
“O sentido da vida consiste no seguinte: em que não há sentido algum em dizer que a vida não tem sentido.” (Niels Bohr)
“Epitáfio”, dos Titãs é uma pedida pertinente.