“When You’re Through Thinking, Say Yes”, por Yellowcard

Recentemente, baixei o último álbum do Yellowcard. Sim, Yellowcard, aquela banda de pop rock que tem um violinista na formação. Pois bem, fazia algum tempo que não ouvia nada novo deles, o que me fez pensar se a banda não teria acabado ou se seria pura falta de atualização da minha parte. Pesquisando rapidinho, descobri que há um hiato na história da banda; eles fizeram uma pausa de 2008 a 2010. E em 2011 lançaram “When You’re Through Thinking, Say Yes”.

Confesso que não tinha grandes expectativas. O Yellowcard tem muitas músicas boas e de sucesso, o que me fez pensar o óbvio, que acontece com alguma frequência no meio musical: “logo vão lançar um álbum bem ruim”. Bom, não foi dessa vez. O CD é ótimo, o estilo ainda é o mesmo. Ainda bem. Para quem gostava tanto das músicas rápidas como “Believe”, quanto das mais suaves, como “Empty Apartment”, o álbum não fica devendo nada.

Como o que interessa mesmo são as faixas… As minhas preferidas (nesta ordem): “Sing For Me”, “Be The Young”, “Hang You Up” e “Soundtrack”. Não sei qual é a faixa mais popular do álbum, mas sei que três foram lançadas como singles – todas em 2011.

Preciso dizer qual é a recomendação de hoje?

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Já li Dostoiévski

Sim, algumas vezes o pensamento mais louco, o mais impossível na aparência, se implanta tão fortemente em seu espírito que acreditamos que seja realizável… Mais ainda: se esta idéia está ligada a um desejo violento, apaixonado, o acolhemos como algo fatal, necessário, predestinado, como algo que não pode não ser ou não se realizar!

(Dostoiévski, em “O Jogador”)

Um russo lá no século XIX. Bebia um pouco, mas jamais foi algum tipo de pé-de-cana. Era mais um revolucionário, algo deveras perigoso na Rússia em que viveu, tzarista há séculos. Chegou a ser condenado à morte por isso – “subversão” -, porém, teve sua pena comutada para alguns anos de insólitos trabalhos forçados na singela Sibéria. Esse foi Fiódor Mikhailovich Dostoiévski – mais conhecido só por seu último nome.

Quatro anos de memórias e experiências singularmente terríveis e indubitavelmente marcantes na prisão, na Sibéria, originaram a ficção (baseada em sua vivência) Memórias da Casa dos Mortos. Esta obra é profunda, pois, vasculhando os mais remotos cantos da mente, Dostoiévski descreve personagens, momentos e situações objetivando analisar e entender o comportamento humano.

Nessa obra, Dostoiévski conta sua história real sob a voz do fictício Alexander Petrovich, enviado à prisão na Sibéria. Durante sua estada, descreve, em primeira pessoa, o que observa, seja nas pessoas, na rotina ou no ambiente. A rotina no presídio de segurança máxima, com seus valentões e guardas impiedosos, celas abafadas e enfermaria bastante frequentada, é tudo menos monótona. Vale a pena conferir.

O outro livro de Dostoiévski que li foi O Jogador. Mais curto e bem menos tenso do que o anterior, este conta, também em primeira pessoa, uma história conturbada que envolve herança, casamentos arranjados, muito jogo e muita aposta, além das clássicas análises e observações do autor.

Vibrante, envolvente, verdadeiro. Verdadeiro talvez devido ao provável vício de Dostoiévski – os jogos, as apostas. Um bom entretenimento, especialmente por conta da “vovó” e das cenas à mesa de jogo.

Há ainda outros títulos dele que gostaria de ler, daqui a um tempo. Quem sabe?

A música de hoje é a ótima “Mr. Writer”, da banda Stereophonics.

“Eu sou o mensageiro”

Dia 24 de dezembro. Por vezes, curtição interminável; em outras, um tédio desafiante a ser preenchido. Em 2011, a minha véspera do dia de Natal pendeu mais para a segunda opção. Não foi ruim, em absoluto. Gostei. E… Bem, aproveitei para ler. Li um livro todo num dia só, pela segunda vez. Na primeira vez que havia feito isso, li “O velho e o mar”, do clássico Ernest Hemingway. Mas é pequeno e mal tem cem páginas prenchidas com letras grandes e algumas ilustrações. Logo, não é exatamente um desafio terminá-lo em menos de vinte e quatro horas.

Com meu livro da véspera de Natal, foi um pouco diferente. A linguagem é mais simples. A leitura flui tranquilamente. Palavra. Tem até algumas páginas com espaços em branco, o que confere um “bônus” ao leitor. Dessa forma, precisei de umas quinze horas – obviamente interrompidas várias vezes, afinal, todos precisamos comer, beber, conversar, ver TV, dar uma volta, etc.

“Eu sou o mensageiro”, de Markus Zusak, parou em minhas mãos após um empréstimo. Uma amiga de minha mãe o emprestou; minha irmã, que começou a lê-lo, o levou na bagagem de Natal, terminando-o no dia 23. Depois, foi minha vez.

Ele conta uma história intrigante, que definitivamente prende o leitor. É muito difícil dizer que um livro se parece com outro, mas esse me dá uma margem de comparação: quem já leu algum livro da série “O Vendedor de Sonhos”, do psicólogo Augusto Cury, e também “O Vendedor de Armas”, do multifacetado Hugh Laurie, provavelmente vai chegar à mesma conclusão que eu – a obra de Zusak é, no estilo e no enredo, como uma mistura dos dois anteriores.

Misturando algum tipo de mistério com aventura, o livro de Markus Zusak me impressionou pela simplicidade. Não é ambientado em lugar fantástico algum, e isso o enriquece ainda mais. Uma história locada em cenário urbano banal, com personagens nada especiais… Um excelente livro! Sim, excelente!

O protagonista é Ed Kennedy, um jovem motorista de táxi – jovem mesmo, com meros dezenove anos de idade. A história se desenrola quando ele recebe uma carta de baralho pelo correio, com endereços nela escritos. E, depois, outra carta – com outra informação que não endereços – e assim por diante. Ed mora sozinho com seu cachorro velho, fedido e viciado em café e tem três amigos bem próximos, o pão-duro Marvin (ou só Marv), o Sanchez (mais conhecido como Ritchie) e a bela Audrey (clichê básico, não?!).

Roteiro marcante, escrita muito boa, sequência envolvente. Daria um filme bem interessante. Se não me engano, o livro é de 2007.

Ah, e para aqueles que precisam de mais publicidade, Markus Zusak é o autor de A Menina Que Roubava Livros, sucesso recente (que ainda não li).

A música de hoje é “Sempre Assim”, do Jota Quest.

Listening practice

Desliguem o rádio por quatro minutos. Reneguem adolescentes esganiçados e afeminados ao silêncio. E Ignorem as batidas repetidas e sem significado de outros tantos ritmos. Esqueçam, também, só por esses minutos, a pseudossedução que se abate sobre “artistas” sem talento musical. Extirpem de si mesmos todos os cancros causados por barulho que se intitula “música”.

Pronto. Agora, sim, é possível apreciar a música abaixo com a alma serena e se deliciar com o balançar das notas na superfície das emoções.

Ladies and gentlemen, com vocês, o mito Freddie Mercury e a soprano espanhola Montserrat Caballé cantando “How Can I Go On”. O vídeo é de 1988.

“…mas só chove e chove…”

A cada dia que se passa, cada vez que ouço “Primeiros Erros”, a sensação é diferente, é nova. A canção me parece cada vez mais ampla, mais profunda, mais significativa. Cada dedilhada no violão, cada sensação, cada pulsar. É diferente. E, em especial, me atrai muito a segunda estrofe:

“Se você não entende não vê,
Se não me vê não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende”

Loops infinitos nela.

Para poder ver bem e corretamente, é preciso entender. É assim em tudo, a todo momento, não é?

Ah, como é bom ouvir músicas boas.

Preciso dizer qual a música de hoje?