Dia 24 de dezembro. Por vezes, curtição interminável; em outras, um tédio desafiante a ser preenchido. Em 2011, a minha véspera do dia de Natal pendeu mais para a segunda opção. Não foi ruim, em absoluto. Gostei. E… Bem, aproveitei para ler. Li um livro todo num dia só, pela segunda vez. Na primeira vez que havia feito isso, li “O velho e o mar”, do clássico Ernest Hemingway. Mas é pequeno e mal tem cem páginas prenchidas com letras grandes e algumas ilustrações. Logo, não é exatamente um desafio terminá-lo em menos de vinte e quatro horas.
Com meu livro da véspera de Natal, foi um pouco diferente. A linguagem é mais simples. A leitura flui tranquilamente. Palavra. Tem até algumas páginas com espaços em branco, o que confere um “bônus” ao leitor. Dessa forma, precisei de umas quinze horas – obviamente interrompidas várias vezes, afinal, todos precisamos comer, beber, conversar, ver TV, dar uma volta, etc.
“Eu sou o mensageiro”, de Markus Zusak, parou em minhas mãos após um empréstimo. Uma amiga de minha mãe o emprestou; minha irmã, que começou a lê-lo, o levou na bagagem de Natal, terminando-o no dia 23. Depois, foi minha vez.
Ele conta uma história intrigante, que definitivamente prende o leitor. É muito difícil dizer que um livro se parece com outro, mas esse me dá uma margem de comparação: quem já leu algum livro da série “O Vendedor de Sonhos”, do psicólogo Augusto Cury, e também “O Vendedor de Armas”, do multifacetado Hugh Laurie, provavelmente vai chegar à mesma conclusão que eu – a obra de Zusak é, no estilo e no enredo, como uma mistura dos dois anteriores.
Misturando algum tipo de mistério com aventura, o livro de Markus Zusak me impressionou pela simplicidade. Não é ambientado em lugar fantástico algum, e isso o enriquece ainda mais. Uma história locada em cenário urbano banal, com personagens nada especiais… Um excelente livro! Sim, excelente!
O protagonista é Ed Kennedy, um jovem motorista de táxi – jovem mesmo, com meros dezenove anos de idade. A história se desenrola quando ele recebe uma carta de baralho pelo correio, com endereços nela escritos. E, depois, outra carta – com outra informação que não endereços – e assim por diante. Ed mora sozinho com seu cachorro velho, fedido e viciado em café e tem três amigos bem próximos, o pão-duro Marvin (ou só Marv), o Sanchez (mais conhecido como Ritchie) e a bela Audrey (clichê básico, não?!).
Roteiro marcante, escrita muito boa, sequência envolvente. Daria um filme bem interessante. Se não me engano, o livro é de 2007.
Ah, e para aqueles que precisam de mais publicidade, Markus Zusak é o autor de A Menina Que Roubava Livros, sucesso recente (que ainda não li).
A música de hoje é “Sempre Assim”, do Jota Quest.