Quando

Quando encontrar o amor da sua vida, você vai entender porque é diferente, e porque custou tanto para chegar a esse dia. Você vai, num segundo, se esquecer de tudo que havia vivido até ali, e, no outro, lembrar de tudo que já vivera e ver que realmente nada chegou perto de ser tão grande e forte.

Quando vocês se olharem, vai ser diferente de tudo que os seus olhos já sentiram. Eles não vão querer outro lugar, vão se sentir em casa nos olhos da outra pessoa. O olhar do seu amor será um conforto, um abrigo, um recanto de paz como você jamais encontrou.

Quando vocês se falarem, terão a sensação de que passaram a vida toda ouvindo um ao outro, e sonhando exatamente com o outro. É claro que haverá coisas em que não serão afins, alguns gostos diferentes, mas isso é natural. A diferença é que, com essa pessoa, tudo vai brilhar mais claro, as histórias parecerão infinitas, e cada minutinho de conversa será uma eternidade de tempo e uma infinidade de prazer em ouvir.

Quando vocês se tocarem, deixarão automaticamente de ser corpos separados. A física apenas materializa a união que o coração constrói. Os toques serão amenos e cada vez mais pulsantes, vibrantes. Será uma emoção sem igual sentir a pele do outro, o calor de um longo beijo, o poder reconfortante de um abraço amigo.

Quando vocês estiverem longe, terão ainda mais certeza de tudo. Chegarão a, por vezes, sentir saudade como criança, embora talvez isso seja levado pelo tempo, depois. Mas a vontade de se verem será superior a quase tudo. Sempre. Não será um sentimento, uma mera vontade de rever: não. Será um instinto, uma busca talvez inexplicável, pelo seu recanto, pela origem da sua paz.

Quando vocês não estiverem bem, e isso é normal a todos os casais, também, ainda assim morrerão de vontade de voltar a ficarem bem. Pois qualquer espécie de problema que se coloque entre um verdadeiro amor, nunca será o bastante para afastá-los ou diminuir o que sentem um pelo outro. Nada, nem ninguém, consegue desviar ou diminuir a força que sentem dois seres que se amam com verdade, força, fé, pureza e sinceridade.

Quando você encontrar essa pessoa, vai entender tudo. Você vai buscar compreender o passado da pessoa, sempre querendo entender quem ela foi, o que já lhe aconteceu. Você vai amar quem ela é hoje, independente de tudo, e acima de qualquer pessoa ou palavra; não vai haver vírgulas no amor que sair do seu peito e encontrar o amor da outra pessoa. Você vai fazer o seu melhor, sem dúvidas, para apoiar o seu amor em tudo que possa fazer bem a ele. Você vai sempre sentar na primeira fila da plateia, vai se desdobrar para apoiar, não vai perder o ânimo ou a fé na outra pessoa, pois ela será uma das melhores coisas que vai existir, em você.

Mas… Se, por acaso, um dia ou dois, você se sentir cansado, precisar de paz, tempo, espaço, mais atenção, ou mesmo apenas silêncio… Saiba que isso vai existir. Como aqui falo de seres humanos, é evidente que nem tudo sairá conforme o script, mas não duvide que o tempo só va aprimorar o amor de vocês, pois o amor é forte como o ouro, e sobrevive a toda prova, duradouro como o vinho, e só fica mais incrível com o tempo, e paciente como o amanhã, pois é capaz de aguardar todos os dias para o que quer que seja.

A música de hoje é “Overjoyed”, do Matchbox Twenty.

Sem fim

Às vezes, tudo o que queremos é não nos preocuparmos. Queremos deixar de lado os problemas e também a busca por suas soluções. Queremos nos focar no que verdadeiramente importa. Queremos amar sem preocupações maiores.

Mas, não dá para amar sem sofrer, sem passar por problemas. Não dá para chamar de “amor” se não houver luta. Não dá pra se erguer confiante num dia sem ter conhecido a derrota no anterior. Não dá pra se dizer apaixonado sem saber o que é perder. Não há conquista de valor sem perda anterior. Não há conquista sem propósito. Não há propósito sem desejo. Não há desejo sem vontade. Não há vontade sem cuidado. Não há cuidado sem carinho. Todo amor é carinho. Não há amor sem história. Não há história sem riscos. Não há riscos sem esperança. Não há esperança sem amor.

E… Ninguém vive de lembranças. Pode-se saborear um início doce, ao começar a relembrar, mas o fim é sempre amargo, mesmo para as maiores histórias, se a outra pessoa não está. Impossível deveria ser perder.

A impossibilidade é o vício do amor. O amor é a rota para o infinito.

A música de hoje é “Goodnight goodnight”, do Maroon 5.

A maior coisa do mundo

A maior coisa do mundo ainda não tem nome, mas sabe-se que ela habita o coração de duas pessoas por vez. Tem muita gente que chama de amor; outros, de paixão. Seja como for, a maior coisa do mundo é o que faz a gente chorar sem motivo, que faz a gente se sentir bem como jamais antes. E a sementinha dessa coisa só brota aos pares, só brota no peito, só floresce no coração. E seus frutos são tão lindos quanto delicados; são tão imperecíveis quanto o tempo; são um fim em si mesmo: a maior coisa do mundo é o seu próprio começo, meio e fim.

Ninguém sabe de onde vem, nem se é contagiosa. Mas a maior coisa do mundo é o que faz duas pessoas que se querem bem demais ficarem juntas, gostarem de ficar juntas. Essa coisa é o que faz o peito soluçar como um motor de carro velho ao sentir a ausência da outra pessoa. É essa coisa a responsável pelo sorriso fácil no reencontro e pela lágrima ainda mais fácil ao apagar a luz.

E, em meio a tantas pessoas no mundo, o que faz com que essa coisa germine aos pares, apenas, em duas pessoas selecionadas? Será o acaso? Será o destino? O que será? Até que alguém prove o contrário, é válido acreditar que a maior coisa do mundo é a união de um casal que, embora possa ter vivido décadas sem o outro, desaprende a viver separado. É a morte do coração, ou melhor, da vida nele. Com a ausência do outro, o coração passa a bombear só sangue – e não mais vida.

A música de hoje é “A Thousand Years”, da cantora Christina Perri.