“Todas as noites são iguais
Os meninos satisfeitos e as meninas querem mais
Sonhos caem como chuva e é tarde demais,
Eu não consigo dizer não
Hoje à noite, tudo pode acontecer
Quem olhar nos olhos, vê bares e sedução
Num canto escuro, pequenos goles de solidão
A noite esclarece o que o dia escondeu”
(Capital Inicial)
Qual é a mágica da noite, que a tantos atrai? Tanta gente acha maravilhoso sair com os amigos ou colegas – ou em busca de futuros – lá pela meia-noite, porque é bem tarde pra começar alguma coisa. A experiência do impossível, uma quebra de protocolos, a step over the line.
Mas qual a diferença da noite para o dia? As comidas mudam de gosto, a cerveja é menos gelada, você fica mais interessante? Exceto pelos lobisomens, não vejo muito motivo plausível para se fazer as coisas à noite – ou melhor, tão tarde.
Não tenho nada contra sair de noite e voltar depois do café da manhã. Tem muita gente que adora. No final das contas, é uma experiência válida. Mas o ponto não é a hora de voltar, de ir ou de ficar. É a razão pra isso. Ir mais tarde significa ver mais gente, e ser visto por mais gente também. Ver e ser visto tem a ver com demonstrar ser mais aberto; assim, há mais pessoas que podem te ver, há mais possibilidades. Além disso, quem sai à noite externaliza tudo menos carência, solidão, timidez…
Mas vale sempre lembrar que as aparências enganam. Você pode jogar mil vezes na mega sena. Pode ser que alguém jogue uma só e ganhe.
Recomendo a música da epígrafe deste post, “Todas As Noites”.