“Moonlight”

Mais um poema fresquinho, saído direto do forno.

So here I am
With your pictures in my hand
Where to go
Now time’s drained my hope?

Look at the sky
And I’ll visit you tonight
Please be strong
Someday we’ll be where we belong

Across the sea
The stars I’ll ignite for you
Will wash away your fears

If you were here
Love’d not be torn in two
Because I’d wipe away your tears

Nobody ever wants to face the truth
As well as I’m not giving up on love
Solitude will never tell me what to do
But my eyes won’t simply never rove

Only my heart is colder than my bed
It’s spring outside, but I have no seeds
Sour are the tears that I shed
And bitter is the pain in this grief

My soul’s on fire
Wake my dreams and take me higher
Your voice near
Is the only song I need to hear

It’s midnight yet
It’s a long night without Juliet
There is no vow
That’ll bring you back right now

Colorful days
Are the memories kept inside
That won’t let me pass away

And who’s to say
That the reason that I hide
Is the same I use to find a way?

I wish you’d come closer once again
And let me make you laugh like before
But time and distance made us both refrain
Though I’ll never buy I won’t see you anymore

I won’t be able to heal the wings of this bird
Because it’ll never fly with nowhere to land
Sometimes silence is way better than words
But forever is just too long for me to stand

A música de hoje é “Holding On To Heaven”, da banda Nickelback.

Sobre hoje

Minha senhora,

Que, hoje, os céus se acalmem e que a relva reflita o sol. Que os músculos se revigorem e o sopro de vida se renove em teu seio. Que o sabor da manhã não abandone a tua presença, de maneira que a luz do dia nunca se apague do teu sorrir. Que o trabalho seja recompensador e que vivas em paz consigo mesma, na mesma paz que envolve tudo que é teu. Que os pássaros cantem, que as folhas farfalhem, que a cidade se acenda, que a sombra se recolha.

Que os recados se multipliquem, que os abraços sejam eternos. Que as visitas se repitam, que os amigos sejam o presente. Que as histórias sejam felizes, mas que não tenham, necessariamente, final. Que as memórias sejam um alegre álbum em tom de sépia, que os fotógrafos sejam os mais gentis. Que as flores renasçam sem espinhos, que as pétalas pavimentem o caminho.

Que os segredos sejam guardados pelo tempo. Que as vitórias sejam guardadas pelo sorriso. Que os descansos sejam de açúcar, que a vida seja saborosa a cada novo ingrediente. Que as janelas da alma concedam um panorama mais brilhante a cada nascer do sol, que o pôr-do-sol seja carinhoso. Que o afeto permeie as plantas, que os milagres sejam fecundos. Que as cortinas nunca se fechem,  que o espetáculo seja eternamente jovem.

Que as tuas mãos tenham muitas outras nas quais se apoiar, quando necessário, e que haja duas que te levem além do horizonte, sem sair do lugar. Que vivas a felicidade plena enquanto tiver alguém disposto a te fazer sorrir, fazer feliz. Seja quem for, que seja pra hoje, que seja presente, que seja como tu: imortal.

Feliz,
Um bobo.

As músicas de hoje são “Palpite”, do Kid Abelha, e uma do cantor e compositor Howie Day: “Collide”.

Talvez?

Antes, não pensava em você
Agora, tudo é uma lembrança sua
Nunca me preocupei com você
Hoje, já não faço outra coisa
(Titãs – Antes de você)

Tenho medo de contar, assim como você tem medo de pensar. Eu não sei se comecei nem se você terminou. Não sei de nada, porque sempre foi assim. A cada segundo eu me arrependo de pensar no que não falei e no que poderia ter deixado de fazer. Aliás, é muito louco, tudo isso. Em tudo que eu faço vejo uma metáfora que me guia até seus passos. E, nas entrelinhas de tudo que eu penso, você surge como uma sombra sorridente. Você é a bomba-relógio da minha sanidade, é o show ao qual eu nunca fui. Você é o mistério da descoberta, é a busca por mim mesmo.

Eu não me perco mais. Mas também não me acho. Onde estiver, estou em você, porque você não sai de mim. Não sei se quero te mandar embora e não sei como o faria. Não sei muitas coisas. Queria dizer algo como “mas sei que te amo”, mas nem isso eu sei. Talvez ficar quieto seja um belo jeito de se observar, mas não de conhecer. Quem sabe não precisemos de mais palavras, de mais tempo… Ou então, de mais distância. Depende, tudo depende de como você quer terminar esse rascunho. Porque eu só conheço a história do lado de cá. Depois das areias desta praia eu não conheço nada.

Recomendo, hoje, “Somewhere Only We Know”, da banda Keane.

Um dia

Tem gente que diz que “o que foi não era mesmo para ser”, num conformismo bobo e barato. Sim, há chances que não devem ser agarradas, mais ou menos da mesma forma que não se precisa comer de todas as sobremesas disponíveis no restaurante. Mas – sempre há um “mas” – há algumas oportunidades que, mesmo disfarçadas, estão ali, no meio da multidão, acenando para nós com os olhos; geralmente pensamos que não é a hora certa justamente quando a pessoa ideal está por perto. Deve ser algo como uma defesa contra situações muito perfeitas ou uma desconfiança de felicidade em demasia. Resumindo, é bobagem que vai custar noites de arrependimento.

Porém, ainda não foi inventado um método de detectar situações assim, e a pessoa certa também não aparece com um selo do Inmetro (fica a sugestão). Talvez seja isso tudo a maior graça do amor conjugal, da conquista. Esse friozinho na barriga, que ecoa por todo o caminho a mesma interrogação, “será?”. Enfim, até que algo saia do “será?” para finalmente “ser” há muito pelo que perseverar, há de se guardar para o melhor momento das nossas vidas, há de se ter fé. Certamente há quem ria daqueles que acreditam piamente em cumplicidade verdadeira, em amor sem fronteiras. Pobres tolos.

A música de hoje é “I Wish It Would Rain Down”, do grande músico Phil Collins.

A estrada

I hope to lose myself for good
I hope to find it in the end
Not in me; it’s you
It’s all I know
(Switchfoot – You)

Se me perguntassem onde esse caminho vai dar, não saberia responder. Também… Cansei de andar. Vou me sentar ali, naquele toco de árvore, ou naquela pedra meio quadrada. Quem sabe não passa uma carruagem para me levar a um castelo? Ou então uma horda de sanguinários para abreviar isso tudo? Mas… enquanto nada se mexe, sem vento, sem folhas ao chão, sem vida, sem sol, sem chuva, sem ninguém, vou ficar sentado aqui.

O comprimento da estrada parece igual dos dois lados… Não consigo ver de onde vim, nem aonde vou: o horizonte abraçou ambos e os escondeu. Não  vejo graça nessa estradinha de terra. Nem mesmo essa relva uniforme que a margeia ou essas árvores frondosas dão graça ao passeio. Às vezes me pergunto o que estou fazendo aqui. E, por outro lado, não consigo me imaginar em outro lugar senão este.

De que valem os títulos em meio à natureza? De que vale a inteligência sem instrumentos? De que vale a sabedoria sem alguém para se relacionar? De que me serve o incentivo se o chão da estrada é seco e não há perspectiva de chegar? E olhe que esta estrada é basicamente uma reta, ou seja, não ando em círculos. Quem dera estivesse andando em círculos, aliás: teria tido a ilusão de ter companhia ao rever minhas pegadas.

Mas nem isso acontece. Nada acontece. A estrada permanece aí em frente, deslizando para os dois extremos cardiais. Queria sorrir mais, mas não há ninguém para conversar. Queria chorar, mas me esqueci como se faz. Queria entender, mas entender por quê? Para compartilhar meu pensamento com quem?

Perdido eu não estou – não de acordo com os mapas. Sei que estrada é esta. Não sei aonde vai e já quase não me recordo de onde vim, mas sinto que aqui é o lugar.

Enquanto isso, vou me ajeitar aqui na pedra, torcendo para que haja uma tão louca quanto eu. Afinal, o toco de árvore está vazio.

A recomendação de hoje é “On Fire”, da banda Switchfoot.